Aqui fica o poema das tais "ruas paralelas" com o qual a minha irmã tão gentilmente gozou num post anterior. Esse é de um dos meus heterónimos (toma Fernando Pessoa, não és o único a ter heterónimos!), a Vánessa Sofia (vá, tou a brincar...).
Encontros
Andamos em ruas paralelas
E com frequência nos encontramos.
Perco-me de tudo, esqueço-me da paz
Esqueço-me da alegria,
Tuas inimigas de sempre, tuas inimigas para sempre…
O peso do mundo cai-me nos ombros, e mergulho nesse abismo
Que toma conta do meu ser e da minha alma indefesa e débil
O vento gélido que trazes nas tuas veias apaga as tochas que iluminam
O caminho que traço com a vontade de nunca te encontrar.
A tua força viril e insensível empurra-me para o turbilhão
De imagens e histórias passadas que me perseguem e inquietam
E que insistem em não me abandonar
Os meus gritos saem mudos e não obtenho respostas
Os meus gestos vociferantes são ignorados
Pois todos são surdos, todos são cegos.
Cessa de me atormentar
Parte para outra rua, cruza outros caminhos,
Esquece a minha existência…roubaste-ma há muito.
Esquece esta alma imensamente frágil que não mais aguenta tais encontros.
Quero uma mão que me guie
Que me leve para outros trilhos
Que me liberte desse sufoco que engole aos poucos a minha alma.
Deixa-me. Liberta-me. Ignora-me.
Desiste de me procurar nos caminhos da vida.
Tento tão sofregamente fugir de ti, Sofrimento
Mas tu corres mais depressa do que eu…
Esquece a morada da minha alma, da minha existência.
E talvez nesse momento…
Eu encontre a paz e a alegria,
E correremos de mãos dadas pelas ruas e caminhos da vida,
Onde tu, nunca nos poderás encontrar.
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Não, eu não ando a "chocar" uma depressão. Apenas gosto de escrever.
E é isso.
2 comentários:
Gostei muito deste texto.
Parabens oh colega ;)
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PEDA em alta
Só hoje consegui ler com atenção, e ... quem sabe escrever, sabe escrever!
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