sexta-feira, 12 de setembro de 2008

EU FUI - Parte IV - The End


Continuando...



Ainda antes de falar do concerto(zaço) do Lenny Kravitz...



"Cátii 'tou a ver o concerto na Sic Radical. Essa maldita está toda bêbeda e drogada!" foi a sms que recebi da minha mãe (a famosa Gigi) já o concerto da outra ia a meio. Isto é, o problema na rede dos 180.000 telemóveis presentes no Parque da Bela Vista (leia-se, dois telemóveis por pessoa...estamos em Portugal, certo?) estava resolvido, e a minha mãe estava decerto a pensar "mas que rica prenda de aniversário fui eu oferecer à minha rica filhinha".


Eu bem que acenei e agitei a bandeira dos Açores nos ar para que a minha mãe visse que eu estava sã. Foi escusado. Não apareci na TV.


A Miss Amy Winehouse tinha acabado de sair do palco a cambalear sobre o seu par de perninhas franzinas, e enquanto tentavamos recuperar do mix de emoções que tinhamos sentido e a que tinhamos assistido durante 50 minutinhos bem contados, palmilhámos mais uns metros em direcção à grade para assistirmos em pleno ao próximo concerto. Atropelámos mais uns quantos indivíduos abancados de cu no chão, ouvimos uns quantos insultos atirados entre dentes e vimos mais umas quantas caras de ódio, mas fingimos que não era connosco e lá continuamos nós a nossa debandada. Não ficamos mesmo em frente à grade, mas para o espaço que era e para o número de pessoas que se encontrava na zona em questão, ficamos muito bem situadas e com uma belíssima visão para o palco.


Ora, depois de mais uns minutos de espera, e de preparado o material necessário para o espectáculo, dá-se o rufar de tambores, ligam-se os ecrãs gigantes e eis que aparece lá o Lenny no Backstage de guitarra na mão, preparadíssimo para entrar em palco. Novamente, barulho ensurdecedor no Parque da Bela Vista. Gente a acordar em Chelas.


Entra aquele homem em palco, para alegria do mulherio presente, de casaco de cabedal, camisa preta de gola alta, calçinha skinny idem, óculos de sol (o sol de Lisboa à noite não é pêra doce), corrente de ouro ao pescoço (!!!)...isto é, um estilo Pimp (vulgo, Chulo a.k.a Proxeneta) que, estranhamente, ficava-lhe mesmo bem pá (só mesmo porque era o Lenny). Se bem que também não nos podemos queixar: o moço já teve uma época em que usava calçinha de cabedal com camisolinha de renda, com os piercings nos mamilos à mostra. Logo, não 'tava mesmo nada mal. O homem deixou bem claro que gosta bastante de ouro: ele era a corrente ao pescoço, ele era a guitarra, ele era o microfone e as colunas banhadas a ouro...e tenho cá pra mim que as cuecas dele também tinham uns quantos quilates. Só Deus sabe.



Adiante.



Esse senhor, de um estilo inconfundível, abriu o espectáculo entre fogo-de-artifício com a música "Back In Vietnam". O público estava mesmo ao rubro e o ambiente era mesmo de arrepiar. E por falar em arrepiar...acabamos de cantar em coro o refrão da "Stilness of Heart" (que durou, sem exagero, uns 10 minutos) e o Lenny dirige-se para o piano. Foi nessa altura que a Tânia disse qualquer coisa como "Ohh Meu Deus, é agora!". Oh Meu Deus. Era mesmo. A "I'll Be Waiting", o som que já andávamos a ouvir há meses. Fantástico, diga-se de passagem. Foi o momento marcante da noite. Duvidam?


O profissionalismo desse homem é incrível. A voz dele ao vivo é perfeita. "Ahhhh e tal, dizes isso porque viste o desastre que foi o concerto da outra e esse pareceu-te muito bom por causa disso!". Não meus queridos e assíduos leitores. I mean it!


A banda era igualmente espectacular. O guitarrista que tinha um cabelo que ultrapassava, e muito, o volume do meu em dias maus, e que fazia uns solos magníficos; um baixista que parecia que tinha fumado qualquer coisinha a meias com a Amy, também ele de óculos de sol (lá está!) que fazia uns movimentos deveras cómicos; um baterista que simplesmente arrasou, e o resto da banda, proporcionaram a todos um concerto digno dos 53€ pagos para este dia.


E quando ele desceu do palco para ir para perto do público e, inclusivé, subir uma das grades com o mulherio todo em êxtase (por acaso mesmo ao pé de onde nós estavamos)?! Amazing.


Bem, apesar de tudo, posso afirmar que houve umas coisinhas que nos ficaram entaladas: Mas porque raio é que ele não cantou a "Again", a "American Woman", a "I Belong To You"?!Vá, não tem mal Lenny. Volta, 'tás perdoado!


Depois de muito cantarmos, saltarmos e suarmos, o homem dá a noite por encerrada, sai do palco, mas entretanto, cheiínho de saudades nossas, volta, e lá se despede com o encore "Are You Gonna Go My Way". Sim, o concerto já tinha acabado, o pessoal já começava a dispersar, mas eu e a Tânia continuavamos paralisadas no mesmo lugar à espera que o Lenny voltasse e cantasse só p'ra nós a "Again". O gajo não voltou.
Lá fomos nós com as pernas doridas a palmilhar aquele terreno fora pois ainda faltava mais qualquer coisinha: a tenda electrónica.
Andamos uns quantos Km e já se ouvia em todo o recinto o Trance fenomenal do Sr. Dj Paul Van Dyk. Ainda antes de chegarmos à tenda (que não era tenda coisa nenhuma, mas o conceito estava engraçado) algum elemento do grupo lembrou-se que tinha a bexiga cheia. De repente, toda a gente chegou à conclusão que "já se mijava pá" e lá fomos nós ao W.C. que, só para que conste, tava cheiinho. Enquanto esperava impacientemente que as moças se aliviassem, lá ia "cÓrtindo" o som. "Já ta tudo?" "!" "Bora lá p'rá tenda!" e lá fomos nós.
Aquilo estava simplesmente impossível. A abarrotar mesmo. Ainda tentamos enfiar-nos lá dentro, mas nunca me lembro de ter sido tão esmagada em toda a minha vida. Viemos cá para fora. Ainda assim, foi lindo! Trance no seu melhor, sem sombra de dúvida.
Quando já faziamos um esforço sobrehumano para nos mantermos sobre os nossos próprios membros inferiores, decidimos ir embora, até porque já estava mesmo quase na hora de encerramento do recinto.
Ainda deu tempo para tirarmos mais umas fotos e de falarmos de como aquele dia tinha sido absolutamente fantástico. Despedi-me da Mana e do resto das meninas que tinham que ir para Braga e lá fui eu mais a Catarina apanhar o autocarro para Carnide.
Apanhamos o Bus, sentamo-nos estafadíssimas num dos bancos que p'ra lá havia e quase batemos um ronco (como diz a Catarina). Saímos em frente ao Colombo e fomos a pé até casa, que ainda ficava um bocado afastada (duas gajas inocentes, ingénuas e desprotegidas às 4h da matina, sozinhas a caminho de casa, sem uma arma branca, sem um corta-unhas, sem um spray-pimenta, nada, nadinha...a cruzarem bairros sociais escuros e sombrios...ah guerreiras!!...Chegamos bem a casa. No entanto, não repitam tamanha proeza).
Entramos pé ante pé no apartamento do tio da Catarina e mergulhamos no sofá-cama que nos tinha acolhido no dia anterior. Bendito sofá-cama.
Apanhamos o autocarro das 14h do dia seguinte e voltamos para a nossa linda cidade.
Conclusão: Rock in Rio 2010...EU VOU!
(Nota: Repararam que já não uso palavrões nos posts?!...Pois bem...a minha irmã sabe que tenho um blog. Acho que está tudo explicado.)







quinta-feira, 11 de setembro de 2008

EU FUI - Parte III


Continuando...


Depois dos saltos desmesurados dos brasileiros que nos circundavam, das cores das bandeiras dos Brasil que nos ofuscavam e nos tapavam a vista para o palco, depois de reproduzidas músicas com letras deveras brilhantes e intrincadas de um dialecto ainda por descodificar, tais como "Pererê", "Arerê" e outras que tais, e de assassinar sem dó nem piedade o clássico do Alejandro Sanz "Corazón Partío" (ser-se brasileiro e cantar em espanhol é um atentado à saúde de quem ouve), lá assentamos pés no chão e começamos a ir o mais para a frente que conseguiamos. Tudo pela Miss Amy Winehouse. Lá fomos nós de mãos dadas, a fazer carreirinha, para não nos perdermos naquela confusão de gente. A muito custo lá tentavamos passar por entre aquele pessoal, enquanto esboçavamos grandes sorrisos e olhares amorosos como que a dizer "licençinha" e recebíamos de retorno olhares sanguinários que falavam por si e que, logo, dispensavam palavras.



Estavamos já bem adiantadas em relação ao lugar de onde tinhamos assistido ao concerto da Ivétxi, e foi quando, de novo (outra vez, não sei como), no meio de milhentas criaturas, esbarrei numa colega de casa. "Olhaaaaa tuuuuu aquiiii!!". E lá nos cumprimentamos esbaforidas pela surpresa. Enquanto isso as outras três moças continuavam desaparecidas, e um súbito problema na rede dos telemóveis de toda a gente não permitia mandar uma única sms. Mesmo que desse não ia valer de nada. Era completamente impossível combinar pontos de encontro; entretanto já anoitecia e já toda e gente se dirigia para o espaço do Palco Mundo. Quem tivesse lá bem no meio daquela multidão à rasca para fazer chichi, 'tava bem fodido, 'tava. É nessas alturas que as algálias fazem jeito.

Já estava bem escuro e tava tudo ansioso pela chegada da bêbed... Amy Winehouse. É importante relembrar que esperamos à volta de 40 minutos para que a moça se decidisse se punha ou não os chispes em palco. Muita coisa se fez nesses 40 longos minutos. Desde ondas e mais ondas que iam de um extremo, até à outra ponta do recinto (por acaso, um efeito fantástico e digno de se ver), apupos que davam para ouvir em Chelas (vulgo, "Booooooo's") devido ao atraso monumental. No calor do desespero chegou-se ainda a ouvir o "Parapapapapaparapapa" e o "Gostosão" (que hinos!) entoados por uns dementes que estavam perto de nós e o sempre presente "Portugal Allez, Portugal Allez" como se de um jogo de futebol se tratasse. Eu, na minha angústia e já com dor nas pernas, limitei-me a um "Vão mas é ao camarim que às tantas a senhora 'tá a ter uma overdose!". Algumas criaturas riram-se, mas o meu propósito era que alguém da organização me ouvisse.

Foi também nessa altura que a tal colega de casa disse-me "Cátii, recebi agora uma sms de uma amiga. Ela diz que passou agora no rodapé da Sic Radical que a Amy não vai actuar"...Ora, esta frase dita assim de rompante, sem um momento de suspense, sem um rufo de tambores, sem nada que fizesse adivinhar a tragédia, o drama, o horror, fez-me pensar de imediato em duas coisas: 1ª: "Ai foda-se, quero o meu dinheiro de volta!"; 2ª "Eh lá, problemas de rede no telemóvel resolvidos".

Confesso que fiquei triste quando pensei sequer na possibilidade daquela alucinada fazer uma desfeita daquelas. É que eu já há uns tempos que andava a ouvir o Álbum Back to Black, tornando-me assim fã da cachopa. Para além de que pagar 53€ para não ver a cabeça de cartaz do dia de abertura é francamente desagradável (Ok, se calhar o cabeça de cartaz era o Lenny, mas eu confesso que fui mais por ela).

Estávamos mais que convencidos que a mulher nem os pés tinha posto em Portugal, e que às tantas iamos era ouvir um dueto do Paulo Gonzo e da Ivente Sangalo para tapar o buraco deixado pela desvairada. Quando os "Boooooo's" se motravam cada vez mais sonoros (recinto esgotado; 90 mil pessoas) e quando alguns já desmaiavam com fraqueza nas pernas, eis que aparece no ecrã gigante a gaja a cambalear de copo na mão, a preparar-se para entrar no palco. Barulho ensurdecedor no recinto. Desta vez não para vaiar a desgraçada, mas para mostrar a satisfação pela sua chegada. É incrível como os portugueses passam de mauzões e implacáveis, a hospitaleiros e fãs incondicionais de Soul & Jazz.

Eu só sei que quando vi que afinal de contas a Amy ia (tentar) cantar, entrei em êxtase e dei uns gritinhos estridentes.

Entra-me aquela ave rara em palco, de vestidinho azul, de saltos altos (big mistake, quando se está num estado de pura embriaguez), com uma ligadura no braço, com o ninho de ratos que tem sobre a cabeça completamente desalinhado, com um gancho em forma de coração lá enfiado com o nome do marido (Blake), e com alto chupão no pescoço (ou quiçá, um eczema, ou uma urticáriazinha), balbucia meia dúzia de sílabas absolutamente imperceptíveis, cambaleia mais um bocado..."I'm sorry I'm late", diz ela.

"'Tá bem filha, 'tás perdoada. Agora redime-te e canta, mas é". Pensei eu.

Ela bem que que atendeu ao meu pedido. No entanto não cantou: grunhiu. 'Tava completamente afónica, 'tadinha,

Aí deu para ver perfeitamente o profissionalismo e dedicação...do resto da banda, que fez de tudo para "salvar" o concerto. Oito músicos fantásticos, dois deles Back singers, que para além de cantar, dançam de forma sincronizada. Fantásticos pá. I Love You Zalon!

Ora, ainda assim, fartei-me de cantar e de "cÓrtir" o concerto mais a Tânia e o resto do pessoal, enquanto a Catarina, sem mexer um único milímetro, pasmada, com os olhos semi-cerrados e de boca aberta a olhar para o Palco abanava a cabeça, com certeza a pensar "Mas eu paguei 53€ p'ra isto?". Eu de vez em quando olhava, só mesmo pelo gozo, e lá estava ela, com a mesma expressão. Ri-me p'ra camano. Foi giro, foi.

Num concerto que durou pouco mais de 50 minutos, a Amyzinha, completamente bezana e alucinada talvez por ter snifado alguma poeira do recinto, esqueceu-se das letras das músicas, improvisou, tentou tocar guitarra "'cause my voice is completely fucked up", dançou de uma forma muito esquisita bamboleando as perninhas para a esquerda e para a direita, ia caindo (eu avisei que os saltos altos eram má ideia...valeu-lhe o Zalon que a agarrou), saiu do palco por uns segundos, comeu bombons, bebeu não sei quantos copo de vinho, chorou enquanto cantou "Love is a Losing Game" porque lá se lembrou que o marido estava preso...Enfim, uma fofa.

Apesar de tudo, gostei do concerto. Mesmo.

Senti pena da moça. Apenas 24 anos, um talento sem fim, e já tão desgraçada.

Acabou o concerto e preparava-se terreno para a chegada do grande Lenny Kravitz.

Por aqui prepara-se terreno para a Parte IV da saga Rock in Rio. Ah pois.

Ainda falta referir, entre outras coisas, que andamos mais uns metros para ficarmos ainda mais próximas do palco, que atropelamos pelo caminho seres puramente estúpidos que se sentavam no chão à espera do próximo concerto ('tava tudo escuro, e nós não tinhamos faróis), o espectáculo que foi o concerto do Lenny, e não esquecer ainda do grande Dj Paul Van Dyk que deu um Show de Trance que me deixou, a mim, alucinada (mas não como a Amy estava).



Próximo capítulo, a não perder.





Continua...






quarta-feira, 10 de setembro de 2008

EU FUI - Parte II

Continuando...

Depois do abraço de grupo emotivo, e de enxutas as lágrimas derramadas, respirámos fundinho e lá entramos nós todas felizes e a borrar estilo por todos os lados. Ainda mal tinhamos posto os pézinhos no Recinto e vemos mesmo ali ao nosso lado o Manzarra (aquele maluco do Curto-Circuito) de microfone na mão a preparar-se para entrevistar três miúdas em êxtase. Ainda pensei saltar-lhe para o colo, dar-lhe um beijo repenicado e dizer "Ahhhhh seu maluco!Tu por aqui?!" enquanto agarrava-lhe na bochecha, mas depois pensei que a minha mãe podia estar a ver a Sic Radical e eliminei esta ideia da minha mente.


Eu confesso que parecia uma parva (e não era a única!), de boca aberta, a olhar à minha volta. O espaço do Recinto era realmente enorme e tava cheio de atracções. Ele era jogos, passatempos, lojas de várias marcas a representar os seus produtos, pessoal a oferecer brindes e tudituditudo. Enfim só estando lá para perceber o que estou a descrever.

Moços com T-Shirts da Vodafone, num posto com o mesmo nome, ofereciam sofás insufláveis para quando o people tivesse cansado, abancar à espera dos concertos. Ou até mesmo para esvaziar aquela merda, arrumar na mala para encher posteriormente e enfeitar, quiçá, um quarto mais desnudado e desprovido de mobília. Foi exactamente nessa última hipótese que a Catarina pensou quando quase fez uma birra para ir para a fila. Ler com sotaque madeirense cerrado: "Cátii, eu quero um sofázinho daqueles". Ora, devo relembrar que aquilo estava apinhado de gente, e a fila estava particularmente GRANDE. Posso quase afiançar que dava três voltas ao recinto. Não, nem tanto, credo!. Mas que estava assim para o grandinha, 'tava. Eu, fria e gélida, lembrei que ainda havia muita coisa a ver no Recinto, que não iamos ficar a ganhar varizes nas pernas paradas durante 3/4 de hora, e que voltavamos lá "daqui a bocadinho". Voltar voltamos, mas a fila já ía em Chelas. Olhei para a Catarina com um ar de "Ooops"e ela para mim com um ar de "Vou-te esganar açoreana d'um raio" e prosseguimos com a nossa debandada pela maravilhosa Cidade do Rock.

Entretanto desencontrei-me das amigas encontradas à entrada. As malucas foram participar num Tetris Humano com o Nilton e nunca mais nos vimos até à segunda-feira de tarde nos Claustros da Faculdade.

Foi mais ou menos nessa altura que me encontrei com a Tânia, com quem ia mantendo contacto através de sms's, que já não via há mais de 2 meses. Muitos abracinhos e muita emoção, duas bandeiras dos Açores quase hasteadas no ar, e lá continuamos a ir aqui e acolá para compensar a "facada" de 53€ de bilhete.

A Catarina lá conseguiu angariar um chapéu cor-de-rosa do Millenium BCP (ridículo, diga-se de passagem) e passeou-se com ele na cabeça até ao final do Festival. Um espectáculo digno de se ver. Se bem que eu não posso falar, visto que andei com uma bóia azul com uma cabeça de pato à cintura uma boa parte do tempo. Eu e mais umas 1000 gajas (e alguns gajos também...juro!). Foi giro.

Enquanto passeavamos reparamos que já havia um grande ajuntamento em frente do Palco Mundo (Palco?! Aquela merda tinha a estrutura de um Hotel!), e pensei "Ohhh Diabo, mas quem é que já está a cantar?!", até que alguém, já não me lembro quem, descansou-me com as seguintes palavras: "Caga nisso...é o Paulo Gonzo!". Óptimo! é que ainda havia muita coisa para ver.

Depois de muitas voltas dadas (e ainda assim tenho cá p'ra mim que não chegamos a ver tudo), de muitas fotos ridículas tiradas (nós com as bóias à cintura e com as bandeiras orgulhosamente esticadas para a foto, a Catarina com a bóia e com o fantástico chapéu) inclusivé com o Sapo (esse ladrão, esse chupista, a quem pago todos os meses quase 40€ de Net), de várias criaturas famosas encontradas pelo caminho (o Rui Unas, dois imberbes de uma das séries dos Morangos com Açúcar, e mais uns quantos penduricalhos que já não me lembro*), de alguns brindes arrecadados, e depois de esvaziada a bóia e arrumada na mala, lá fomos nós assistir ao concerto da Ivete Sangalo. Não sou fã da senhora, nem nada que se pareça, mas ainda mandei uns quantos saltos. Era quase impossível não o fazer, visto que estavamos cercadas por um grupo de brasileiros arrebatados emocionalmente que pulavam como se o amanhã não existisse, entoando nos pequenos espaços de tempo em que a senhora se calava, coisas como "Ivétxi, párô porqué?! eu vim aqui só pr'á txi vê". Aliás, a Tânia, foi por várias vezes, abalroada por um brasileiro que pulava pela vida dele. Só posso garantir uma coisa, os brasileiros tem uma energia que puta c'os pariu.
E o concerto da Amy Winehouse?! Uiiii...

Pois, no próximo post logo ficam a saber como foi ver aquela maluca ao vivo.
Eu avisei que isso tinha que ser por partes.
É que só o concerto daquela senhora que ostenta um ninho de ratos por cima da sua cabeça, dá pano para mangas. E as caras que a Catarina fez ao assistir ao concerto obriga a que as descrições sejam muito detalhadas. Portanto...


Continua...



*Nota: Houve muito boa gente (mas porque é que nos desencontramos no Recinto...porquê? Tudo por um Tetris...um Tetriszinho...) que quase esbarrou com o José Fidalgo...era isso acontecer-me e já valia o dinheiro do bilhete. Era esbarrar, perder os sentidos por uns segundos, levantar, cagar na Amy Winehouse e no Lenny e ir embora com um sorriso estúpido na cara.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

EU FUI - Parte I

Eu cá sou uma gaja de palavra!
Eu disse que ia voltar aqui ao sítio...nem que fosse para ver se o número de visitas ao estaminé tinha aumentado (andou muito tempo estagnado no mesmo número, tadinho!), e cá estou eu.

No post de ontem falei por alto do Rock in Rio.

É.

Eu Fui. E gostei tanto pá. A sério que gostei.Vou dividir isso em duas partes, senão era capaz de ficar a modos que, pá, grandinho. E como eu não quero provocar tédio nos 100 leitores que se ligam a esse blog todos os dias (ahahah...sua maluca!), aqui fica a Parte I.

Dia 30 de Maio, eu e a Catarina, essa madeirense rambóieira (saudades querida!), despertavamos do sofá cama gentilmente cedido pelo tio dela que nos acolheu no seu apartamento em Carnide (ali, pertinho, pertinho do Colombo). Ora, eu levantei-me logo toda excitada, ainda ofuscada pelo sol forte que entrava janela dentro, e cambaleei até à casa-de-banho, enquanto a Catarina continuou a ressonar (a respirar com alguma sonoridade, vá) e a dizer de forma quase imperceptível "já me levanto, já me levanto".

Como era só para passar só um dia em Lisboa, e para não irmos muito carregadas, resolvemos que não iamos levar nada a não ser o essencial, i.e, carteira, telemóvel e bilhete, está claro. Mas ainda assim, eu na minha plena capacidade de fazer "orelhas moucas", levei dentro daquela fantástica mega mala da Mango (que faz muito boa gente dizer em plena faculdade e em tom jocoso: "Ohhh Cátii, vais viajar?!"...) desodorizante, escova de dentes e respectiva pasta, espuma para o cabelo, creme hidratante, carregador do telemóvel, bandeira dos Açores (claro!), dois pacotes de biscoitos típicos da ilha para agradecer a gentileza dos tios da Cat, dominó e baralho de cartas (ok, estes dois últimos foram só mesmo para dar piada à coisa...) e se não me falha a memória, mais umas merdas avulsas.

Lá consegui arrancar a Catarina do sofá com muito custo, depois de levar à volta de 30 minutos a domar a fera que tenho em cima da cabeça: o meu cabelo.

Depois de tudo preparado, lá fomos nós tomar o pequeno-almoço e passear pelo maior número de sítios possível antes de irmos para o Parque da Bela Vista. Primeiro fomos até ao Colombo e a seguir metemo-nos no metro. Fomos até à Praça do Marquês de Pombal, passeamos pelo Bairro Alto, desfilamos como umas "camones" pelo Chiado (quando passamos pela A Brasileira fiz birra para tirar uma foto ao lado da estátua do Fernando Pessoa, mas a Catarina cagou em mim e fingiu que não ouviu...amiga do peito!), e ainda passamos por Olaias para almoçarmos, antes de irmos para o Recinto que já estava quase a abrir. Andamos de metro para catano, portanto. Despedimo-nos de um amigo que tinha almoçado connosco e lá fomos nós aos saltinhos (não, aos saltinhos não que isso é fatelo, e só as pitas que vão ver Tokio Hotel é que o fazem...) apanhar o próximo metro para o afamado Parque da Bela Vista. Conseguimos entrar lá a muito custo, visto que aquilo tava a abarrotar, e basicamente, só mexiamos os olhinhos e iamos comunicando assim.

Chegamos.

Ainda a sair do metro e já havia paletes de gente com folhas A4 a dizer "Vendo Bilhete" ou "Compro Bilhete", e eu, maquiavélica como sempre, a pensar cá para mim "Ai filhos, comprar não preciso...vender, nem pensar!". Adiante. Que rebuliço meus amigos! que confusão!. Era gente a correr como se fossem ajudar os Bombeiros Sapadores a apagar um fogo, era miúdas alteradas, quiçá, pelas hormonas, a cantar a "Rehab" da Amy, era gente com ar duvidoso (muito provavelmente de Chelas, que fica mesmo ali ao lado), a olhar de esguelha para toda a gente, e para as respectivas malas e pertences dessa gente. Numa palavra, uma LOU-CU-RA.

Ainda conseguimos, no meio daquela algazarra toda, avistar (ainda hoje não sei como), três moças distintas, e, só por acaso amigas da Faculdade. Arrebatou-se-me o coração e lá fui eu a correr ter com elas. Foi também nesse momento que olhei para o telemóvel e apercebi-me que tinha ficado sem bateria. "Ai foda-se, querem ver agora...e agora como é que eu comunico com a Tânia?!", pensei eu. Pois, a Tânia (a best friend) tava atrasada, tinhamos que ir trocando sms's e combinando sítios para nos encontrarmos, e o propósito era passarmos o tempo todo juntas a "cÓrtir" a "cÓrtição" do Rock in River. Só então é que me lembrei, que a mala, essa ilustre mala, tinha o meu outro telemóvel, com a bateria carregada. Mudei o cartão. Problema resolvido.

Ainda antes de chegar mesmo à entrada, moças e moços com T-Shirts a dizer Trident Splash a oferecer pacotes de pastilhas (a Tica recebeu dois pacotes porque, ao receber o primeiro rodou sobre o seu próprio eixo, esticou a outra mão, e arrecadou outro...isso representado e ao vivo tem muita mais piada).

Subimos aquilo tudo, passamos pelos senhores agentes da autoridade, que se ofereceram prontamente para remexerem nos nossos pertences (tenho a sensação que o polícia que revistou a minha mala ia caindo lá dentro, e depois não sei como faria para o encontrar, sinceramente), passamos por uns adolescentes voluntários da organização que tiraram as tampinhas das nossas garrafas de água (estúpidos!), chegamos à porta que tinha no seu cimo o símbolo do Festival, demos um abraço de grupo e choramos de emoção (claramente falso).

E a entrada na tal Cidade do Rock fica para o próximo post. Não quero ninguém a dormir em cima dos teclados. A baba pode ser um problema. Portanto...

Continua...



domingo, 7 de setembro de 2008

Ui que o tempo passa a correr...

...e já lá vão 6 meses (PORRA!quase o tempo total de gestação!) desde que não punha aqui os chispes (vulgo, pés). Que vergonha! Cria uma gaja um blog que se adivinha tão afamado e aclamado pela crítica, para depois abandoná-lo assim, qual mãe adolescente e inexperiente que abandona o filho nas escadas de um Convento dentro de uma cesta de vimes com um bilhete a dizer "Cuidem dele...eu voltarei um dia!"...Shame on me!.
Meus amigos (se é que alguém vem aqui ver isto...pois simplesmente entrou-se em desacreditação em relação a este blog) isto de escrever e partilhar coisas do dia-a-dia num blog é muito bonito e girinho, mas dá trabalho...e esta última palavrinha escrita a negrito, de propósito, provoca-me a modos que...urticárias, eczemas e alergias de pele afins!
Verídico!
A preguiça é Rainha por esses lados, e quando se assoma este substantivo (relembro, Trabalho) ressonante nos meus ouvidos sensíveis, palmilha-se-me um prurido por toda esta pele ebúrnea e comicho-me (existe! vão lá confirmar ao dicionário que eu espero) até ficar sem forças para mais nada (Ai Cátia Cátia, tu e esse teu humor sempre tão vincado!).
Bem, o que aconteceu nesses 6 meses?!...Só Deus sabe, eu nem me lembro do que me aconteceu ontem, quanto mais! Vou ter que entrar num processo de regressão temporal e vou colocando por aqui alguns episódios hilariantes, e outros se calhar, nem tanto.
Vou dar um exemplo de uma coisa boa e simultaneamente insólita que me aconteceu: Eu vi a Amy Winehouse no Rock in Rio! (mais sóbria que nunca).
Ok, eu depois venho aqui e desdobro-me todinha em historietas da vida real desta estudante que faz tudo...menos estudar!
Foda-se...
Por falar em estudante...(não) estudar...as aulas começam já no dia 22, e eu não sei se rio ou se choro.
Se calhar não rio nem choro e remeto-me ao estado que tenho mantido nos últimos tempos: Vegetal.