quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Insomnia


Caros visitantes que por esta hora já dormem, e quiçá ressonam e encharcam a almofada de baba como se não houvesse amanhã, aqui a gaja não consegue dormir. Coisa rara, para que conste.
Sim, já todos sabem que madrugar é comigo, e que só não sou um morcego porque nunca tive aptidão para fazer pinos e a minha mãe sempre me disse que ficar de cabeça para baixo fazia mal, "porque o sangue vai todo para a cabeça" (palavras sábias de alguém que percebe bastante de medicina: "- Ohh mãe, dói-me o joelho" "- Isso é reumatismo filha. Toma uma colher de Brufen" "Mãe, estou com 39º de febre e sinto-me um bocado zonza. Ah, acabei de falar com um grilo gigante que te mandou cumprimentos" "- Ahh isso só pode ser reumatismo filha. Vai tomar uma colher de Brufen"). Até mesmo naqueles dias em que estou de rastos, com os olhos a colar em frente ao pc, enquanto vou dando cabeçadas no teclado de quando em quando, resisto o máximo que consigo, entrando em total discórdia com esse maluco que é o João Pestana. Em suma: sou uma criatura da noite; ou como a minha sócia Elda (que é igualzinha a mim) diz "somos umas noctívagas crónicas, sem remédio".
No entanto, se há coisa que gosto realmente de fazer é dormir. Dormir, dormir, dormir e rejeitar os 4 a 5 alarmes (que ponho todos os dias) sem sequer me aperceber. Dormir até às 11h, acordar após o 5º alarme ter tocado, ligar para a mamã e dizer "Olá mãezinha, acabei de acordar...", desligar e voltar a dormir. Dormir, acordar por momentos para ajeitar os lençóis, e virar a almofada do outro lado para ficar mais fresquinha, ouvir ao longe alguém na sala a dizer "mas aquela gaja ainda 'tá a dormir?", cagar nas boquinhas infames e continuar a dormir. Pessoal a tocar à campainha insistentemente, fingir que não ouço e continuar a dormir. Basicamente dormir com todas as forças do meu ser, vá.
É importante realçar um aspecto: quando me meto na cama tem que estar tudo perfeitamente arranjado. Não suporto vínculos dos lençóis, edredon mal colocado, ou pequenas dobras no pijama. São incontáveis as vezes em que me levanto a meio da noite a dizer palavrões entre dentes, francamente despenteada e a perder a força nos membros inferiores tal é o sono, só para ajeitar a roupa da cama. Pelo meio ainda dou um ou outro murro na parede para demonstrar o meu desagrado frente à situação. Sim, é mesmo isso que estão a pensar "Esta gaja tem um feitiozinho da merda!". Admito que sim, se bem que ali o "merda" era dispensável, sua cambada de camelos(as) insensíveis (lembrei-me agora de testículos, vá se lá saber porquê).

E agora, o que é que eu faço? Bebo um copo de leite morninho? Conto ovelhas até arrochar? Corro à volta da cama até ficar cansada? Vou acordar a minha mãe para ela ler uma históriazinha ou cantar uma música de embalar? Atiro-me ao chão de cabeça, fico inconsciente e na volta aproveito e durmo uma boa soneca? Como uma peça de fruta que me faz melhor?.

Ainda tentei ver um filme de terror que para aqui tenho. Apaguei as luzes e tal para criar ambiente. Ao primeiro cagaço acendi a luz do candeeiro. Ao segundo, fechei a janela do filme. com uma das mãos a tapar a cara.
Ainda estou um bocado paranóica. De vez em quando tenho espasmos e viro o pescoço para tudo o que é sítio à procura de algo potencialmente ameaçador e perigoso no meu quarto. Nada.
E recordo: só apanhei dois sustos, para aí em 15 minutos de filme.

'Tá a dar as Televendas. Uma coisa chamada Wizzit que elimina pêlos em três tempos e de forma indolor. Quero aquela merda. (707 233 333, para as(os) peludas(os) que estão a ler este post).

Apareceu agora um senhor a eliminar pêlos do nariz, das orelhas e dos nós dos dedos com aquela geringonça. Fiquei enojada e já não quero aquilo pr'a nada.

...

Com esta história toda, fiquei com sono. E nisto já sao 5 da manhã.

Bem, lá vou eu então meter-me na cama, não sem antes dar uma olhada por detrás das cortinas e por debaixo da cama com um chinelo em riste, just in case.

P.S.: Este post faz jus ao título do blog, e eu não sei se isso me agrada...hummmmm...





terça-feira, 11 de agosto de 2009

Ele há coisas...

...daquele-que-não-se-deve-dizer-o-nome meus amigos!

Posso afirmar de peito cheio que já se inventou tudo o que havia para se inventar, e isso não é necessariamente positivo. É sim a prova de que estamos, de facto, a caminhar a passos largos para uma loucura generalizada sem tratamento à vista.

Esqueçam os nomes inocentes de guloseimas. O tempo das Bubaloo's, das pastilhas Gorila Tutti-Frutti, laranja, menta e afins, com as quais faziamos competições para ver quem conseguia fazer a maior Bubble Gum (que depois rebentava com toda a pujança na cara de uma pessoa, agarrando-se às pestanas e não raras vezes apanhando o pescoço tal era o tamanho da besta, como aconteceu várias vezes comigo. Essa merda era brincadeira para obrigar uma criança a ficar uns valentes 15 minutos em frente ao espelho da W.C. a tentar retirar todos os resquícios de pastilha agarrados a zonas recônditas que nem sabiamos que existiam na nossa cara. Ah! nostalgia.), das Bubblicious, das Trident, e de toda a vasta panóplia de marcas de pastilhas, de todos os tamanhos, feitios e sabores que tantas alegrias e cáries dentárias proporcionaram por este mundo fora, já lá vai.

Estava eu muito bem a pensar em qualquer coisa sem interesse algum, quando a minha irmã mais nova irrompe sala adentro, chega ao pé de mim, abre a mão e pergunta-me cheia de descontracção e naturalidade "Queres uma bola de camelo?". Acho que pronunciei qualquer coisa como "Hã?", e ri-me por dentro pensando "Bola de Camelo? Oh sua mente conspurcada, a moça deve estar de certeza a referir-se à bossa do animal", tal era a estupidez. Ou se calhar não.

Sim, o nome da pastilha é Camel Balls, ou para quem não está muito familiarizado com o inglês: Bolas de Camelo. E não, não é das bossas do animal que estou a falar.

É que as criaturas que se deram ao trabalho de criar esta maravilha das guloseimas não se limitaram a atribuir este nome de beleza transcendente a uma pastilha; Até mesmo o invólucro que carrega a gónada deste ungulado artiodáctilo (vulgo, bicho com cascos e dois dedos em cada pata como é o camelo. Dois VIVAS e um HURRA para o Wikipédia que permitiu que eu me cultivasse mais um pouco hoje, às 20h30, hora Açores) transpira depravação por todos os lados.
Reparem no par de tin-tins dependurados que o bicho felpudo ostenta orgulhosamente. Ou melhor, observem o ângulo da imagem, cuidadosamente desenhada com a parte traseira do animal, e o pormenor da enfatuada abertura de pernas e do meticuloso afastar de cauda para que não fiquemos com dúvidas de que são de facto, os testículos do bicho e não dois côcos ao longe, quiçá, caídos de uma palmeira num Oásis no deserto por onde o despudorado camelo se passeia.
Atentem ainda na expressão do indivíduo. Aquele sorriso e aquele sobrolho levantado são sinais claros de perversidade. Na imagem que se segue dá para ver bem tudo aquilo que relatei acima...e não só.

Percebem agora a minha indignação? Vêem agora a abertura de pernas, o desvio da cauda e a expressão do bicho que falei acima? E aquele líquido vermelho a escorrer? Para não falar no valente par de cojones que o animal possui.


Para além da pouca vergonha, há ainda a questão da publicidade enganosa. A pastilha tem por seu nome Camel Balls, ou seja, plural. No entanto, quando abrimos o interessante pacotinho recebemos não dois como esperado, mas um testículo. Isso coloca logo outras questões acerca da saúde testicular do animal que para aqui não interessam nada.

Amiguinhos e amiguinhas, agora pergunto: O que será que ainda está para vir? Lollipop's a imitar a genitália de toda a bicharada do Zoo de Lisboa?

Com isso tudo só me vem uma coisa à cabeça: Estou a ficar velha para essas modernices.


P.S.: Repararam nos pormenores "Liquid Filled" e "Extra Sour" na embalagem da pastilha?
Vá, deixo essa parte para outra pessoa comentar (e para quem não está familiarizado com o inglês...vão ao Google tradutor e tirem um cursozinho, que hoje em dia quem não tem english skills não se safa).

Rawwwwwwwwwwwwr! (Sim, sou eu e um testículo de camelo na foto).