quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Momento Deprimente (e extremamente lamechas) da Semana

"Minuto"
Bastava apenas um minuto
Para me perder na imensidão deste mar negro
Mergulhar intrepidamente,
Nadar incessantemente,
Procurar, relutante, todos estes tesouros
Ocultos, desconhecidos, secretos,
Inexplorados nesta tua infinidade

Queria apenas um minuto
Para me afundar nesta tua ilusória
Parede negra, feita de breu, firme
Inabalável, superficialmente indestrutível,
Para te mostrar, mar enfatuado,
Que todo este disfarce esconde e renega,
Uma sensibilidade a ti inerente, que existe,
Está lá, no mais profundo do teu ser,
Guardada em baús, qual tesouro, preciosidade,
Entranhados nessas areias cúmplices,
Que não os deixam transparecer,
Para que nada nem ninguém invada
Este espaço tão íntimo e delicado
Do qual só tu és conhecedor

Queria um minuto apenas
Somente um…
Um minuto infinito
Disperso num relógio avariado
Para me perder na imensidão dos
Teus olhos negros.
Destruir essa barreira construída
Pelo teu ego masculino
E descobrir, fazer-te ver e admitir
O que tens de mais belo
Nesse teu interior inestimável
Que não deixas manifestar-se
Nem por escassos segundos.

Dá-me um minuto apenas.
Deixa-me tocar-te, beijar-te,
Sussurrar-te ao ouvido o quanto gosto de ti.
Deixa que te arranque um sorriso tímido,
Uma expressão meiga e surpresa nos teus olhos negros
Provocar um entorpecimento em todo o teu corpo
Demonstra tudo aquilo que és, mas que finges não ser
Expõe, sem medo, sem vergonha, toda a sensibilidade
Desde sempre reprimida e censurada
No mais profundo do teu ser…
Guardada…em baús…qual tesouro, preciosidade…
(Peço desculpa. Apeteceu-me.)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Ui que BRIOL!

'Tá fresquinho não 'tá?! Ou sou só eu, moça acostumada a climas tropicais húmidos e amenos, que sinto os ossos a estalar de tão gelados?! para não falar das frieiras que começam a despontar nas minhas mãozinhas.
Ainda não percebi se estamos no Outono ou no Inverno. Mas que estou deste lado a bater os dentinhos, 'tou.
Hoje quando ia para a Faculdade (esforço sobrehumano não reconhecido pois fizeram o favor de adiar a aula) faltou-me a sensibilidade no nariz e nos dedos, para além de que ia caindo de nádegas na Praça da República (mesmo ali ao pé do Cartola, esse spot conhecido por toda a massa estudantil dessa Cidade) por escorregar num monte de folhas e coisinhas-que-caem-das-árvores afins. Foi nessa altura que me apercebi que vou ter que comprar casacos mais quentes, luvas de flanela, gorro...e uns ténis com anti-derrapantes para não dar o prazer àquela gente sentada na esplanada, do espectáculo deprimente que seria o meu tralho em pleno largo da Praça.
Um conselho de amiga: Vistam um casaquinho daqueles que se usam na Serra da Estrela que isto a modos que não se adivinha fácil.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

É isso...

Hoje estou cansada. De fazer o quê? Absolutamente nada. É isso que é estranho e que faz espécie: quanto menos faço, mais cansada fico. Mais alguém se identifica comigo?. Vá lá, façam-se ouvir (ou melhor, ler).
Deve haver algum termo científico para isto. Por enquanto só me ocorre um tão conhecido e corriqueiro: Preguiça. Pura e dura.

Ora, ontem fui ao cabeleireiro dar um jeitinho na juba real. Estava a precisar de aparar a franja porque ultimamente já andava a tropeçar nos lancis dos passeios, nas calçadas tão bem alinhadas da cidade de Coimbra e ia batendo de testa nas Monumentais. Se bem que nesta última a minha franja não teve qualquer culpa. As escadas é que são francamente desalinhadas.
Franja a cobrir os olhos + Problemas flagrantes de visão = quedas e vexames públicos.
A franja ficou bem e voltei a ver o mundo, os passeios, as calçadas, as paragens de autocarro, e tudo o mais em que esbarrei nas últimas semanas. Não é desta que vão ver aqui a açoreana escarrapachada nesse chão estudantil. Esperem. Se calhar até vão ver, mas isso vai ser só daqui a uns dias, na Latada, mas por razões diferentes.
Ainda dentro do cabeleireiro, sentadinha à espera que uma amiga, também ela, arranjasse o cabelo, resolvi agarrar numa das revistas que lá havia para passar o tempo e para ficar a par do maravilhoso mundo do Jet7. Depois de ver umas 100 páginas sobre o Cristiano Ronaldo e outras 50 sobre as mamas da Floribela, comecei a sentir uma respiração no meu pescoço. Uma senhora tinha abancado o rabinho ao meu lado e estava a partilhar a leitura comigo. É uma situação que, no mínimo, incomoda. É que havia lá mais revistas: ele era TV7 Dias, Flashes, Marias, Ana + Atrevida (essa merda existe mesmo), etc. etc. Até o Diário das Beiras havia. Não fiquem a pensar que sou uma moça egoísta que nem é capaz de partilhar amistosamente a leitura da Caras com uma quarentona que resolveu ir fazer umas nuances ao cabeleireiro. Nada disso meus amigos! O que aqui está em questão é: "Será que já posso virar a página?! Será que a senhora teve tempo para ler que a Fátima Lopes andou a fazer tratamentos de infertilidade?! " É uma angústia, e chega a ser aflitivo, garanto-vos. É que eu sou daquele tipo de pessoas que, ao ler uma revista deveras desinteressante, limito-me a olhar para as imagens, a ler as legendas de rompante e a virar a página na ânsia de ver o que se segue. Logo, tive que fingir um grande interesse e ficar, no mínimo, 2 minutos em cada página, até ouvir um leve suspiro que provavelmente significava qualquer coisa como "Vá filha, virá lá a página que eu não tenho o dia todo". E foi assim até ao momento em que a dita senhora virou a cara para olhar não sei para onde e eu aproveitei a deixa para fechar aquele molho de folhas repletas de cultura. Levantei-me para ir embora com a amiga, e deixei a Caras ao lado da senhora para que ela disfrutasse em pleno da sua leitura. Ela não voltou a olhar para a revista.

Minha senhora, se por acaso ler este post, que fique aqui bem claro que adorei partilhar consigo aquele momento intenso de cusquice Jetsetiana (tentativa falhada de neologismo). Veja se da próxima vez não fica tão perto de mim. Ou melhor. Leia o Diário das Beiras que sempre vale mais a pena. Beijinho querida! Ahhh, e espero que o seu cabelo tenha ficado do seu agrado!.

À saída do cabeleireiro a Catarina disse que tinha rido às minhas custas porque assistiu à cena toda através do espelho.

Ao menos alguém se divertiu.

E quando uma pessoa vai num autocarro vazio e entra um/a idoso/a que se senta precisamente ao nosso lado e resolve contar a sua vida toda?! É giro.









terça-feira, 14 de outubro de 2008

Só mesmo para dizer que...

...o meu gato (vulgo, "Tigrão") é um ginasta.




E aqui fica a prova.

Peço perdão se, por acaso, feri susceptibilidades.