quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Walk of shame...

Não é a primeira vez que começo um post com esta frase, mas cá vai:

Shame on me! já por cá não passava há tanto tempo, e tanta coisa gira já podia ter sido escrita. Mas eu não aprendo. Eu não presto. Batam-me, esfolem-me, chamem-me nomes feios (menos aquele com quatro letras. No entanto, até aceito um "sua meretriz!").
Minhas alminhas, tanta coisa já se passou desde o último post que até fico sem saber o que escrever, por isso vou escrevendo o que me for surgindo na moleirinha. Pode ser, não pode?
Já estou novamente de férias na ilha, e por aqui não se faz muito. Mas uma pessoa lá se vai divertindo com as desgraças alheias (ai credo, que isso soou mesmo mal).
Passo a explicar.
Lembram-se de há uns tempos (tempos longínquos, diga-se de passagem) eu ter relatado num post as características daquela criatura canina que habitava o meu quintal?...então devem lembrar-se de ter falado do canalizador, o indivíduo de sensivelmente 1, 50m, que foi abalroado pelo doggy, batendo com o queixo nos azulejos do quintal.
Este grande senhor (eheheh, perceberam a ironia do "grande"?) veio hoje cá a casa para arranjar nem sei bem o quê no quintal. Lá entrou ele porta adentro com um sonoro "Com licença vizinha". Ténis pretos, meia branca a cobrir o tornozelo, t-shirt cavada cor-de-laranja, e aquele bigode...ui, aquele bigode.
Perguntou-me se era eu quem estava a estudar "para enfermeira"; contou-nos muito feliz que a sua mai' nova tinha passado para o 10º ano; tropeçou no fio que ele mesmo tinha acabado de esticar e quase caiu de joelhos; relembrou a sua última queda aparatosa no meu quintal, da qual eu não tinha conhecimento (ao que parece, num dia em que o senhor estava a fazer não sei o quê em cima das telhas da minha casa, caiu escada abaixo e o que o salvou foi a mesa de plástico que lá temos); contou-nos que a sua avó tinha falecido há umas semanas, uma senhora com a tenra idade de 103 anos (ao que consta, a mulher mais velha da ilha), disse-nos com toda a naturalidade que a tal senhora não dispensava o seu copo de vinho diário, nunca tinha tomado medicação na vida, que ouvia bem demais tudo o que se dizia à sua volta, e que tinha sido uma sucessão de quedas que "felizmente" a tinham "levado" (sim, foi isso mesmo que ele disse, e ainda rematou com um "o raio da velha era rija!").
Epá, eu ri-me. Ri-me com a ingenuidade do senhor e com a forma de contar as suas peripécias.
Amanhã a ver se rebento com um cano, porque sempre que o homem vem cá a casa há gargalhada garantida.