quarta-feira, 10 de setembro de 2008

EU FUI - Parte II

Continuando...

Depois do abraço de grupo emotivo, e de enxutas as lágrimas derramadas, respirámos fundinho e lá entramos nós todas felizes e a borrar estilo por todos os lados. Ainda mal tinhamos posto os pézinhos no Recinto e vemos mesmo ali ao nosso lado o Manzarra (aquele maluco do Curto-Circuito) de microfone na mão a preparar-se para entrevistar três miúdas em êxtase. Ainda pensei saltar-lhe para o colo, dar-lhe um beijo repenicado e dizer "Ahhhhh seu maluco!Tu por aqui?!" enquanto agarrava-lhe na bochecha, mas depois pensei que a minha mãe podia estar a ver a Sic Radical e eliminei esta ideia da minha mente.


Eu confesso que parecia uma parva (e não era a única!), de boca aberta, a olhar à minha volta. O espaço do Recinto era realmente enorme e tava cheio de atracções. Ele era jogos, passatempos, lojas de várias marcas a representar os seus produtos, pessoal a oferecer brindes e tudituditudo. Enfim só estando lá para perceber o que estou a descrever.

Moços com T-Shirts da Vodafone, num posto com o mesmo nome, ofereciam sofás insufláveis para quando o people tivesse cansado, abancar à espera dos concertos. Ou até mesmo para esvaziar aquela merda, arrumar na mala para encher posteriormente e enfeitar, quiçá, um quarto mais desnudado e desprovido de mobília. Foi exactamente nessa última hipótese que a Catarina pensou quando quase fez uma birra para ir para a fila. Ler com sotaque madeirense cerrado: "Cátii, eu quero um sofázinho daqueles". Ora, devo relembrar que aquilo estava apinhado de gente, e a fila estava particularmente GRANDE. Posso quase afiançar que dava três voltas ao recinto. Não, nem tanto, credo!. Mas que estava assim para o grandinha, 'tava. Eu, fria e gélida, lembrei que ainda havia muita coisa a ver no Recinto, que não iamos ficar a ganhar varizes nas pernas paradas durante 3/4 de hora, e que voltavamos lá "daqui a bocadinho". Voltar voltamos, mas a fila já ía em Chelas. Olhei para a Catarina com um ar de "Ooops"e ela para mim com um ar de "Vou-te esganar açoreana d'um raio" e prosseguimos com a nossa debandada pela maravilhosa Cidade do Rock.

Entretanto desencontrei-me das amigas encontradas à entrada. As malucas foram participar num Tetris Humano com o Nilton e nunca mais nos vimos até à segunda-feira de tarde nos Claustros da Faculdade.

Foi mais ou menos nessa altura que me encontrei com a Tânia, com quem ia mantendo contacto através de sms's, que já não via há mais de 2 meses. Muitos abracinhos e muita emoção, duas bandeiras dos Açores quase hasteadas no ar, e lá continuamos a ir aqui e acolá para compensar a "facada" de 53€ de bilhete.

A Catarina lá conseguiu angariar um chapéu cor-de-rosa do Millenium BCP (ridículo, diga-se de passagem) e passeou-se com ele na cabeça até ao final do Festival. Um espectáculo digno de se ver. Se bem que eu não posso falar, visto que andei com uma bóia azul com uma cabeça de pato à cintura uma boa parte do tempo. Eu e mais umas 1000 gajas (e alguns gajos também...juro!). Foi giro.

Enquanto passeavamos reparamos que já havia um grande ajuntamento em frente do Palco Mundo (Palco?! Aquela merda tinha a estrutura de um Hotel!), e pensei "Ohhh Diabo, mas quem é que já está a cantar?!", até que alguém, já não me lembro quem, descansou-me com as seguintes palavras: "Caga nisso...é o Paulo Gonzo!". Óptimo! é que ainda havia muita coisa para ver.

Depois de muitas voltas dadas (e ainda assim tenho cá p'ra mim que não chegamos a ver tudo), de muitas fotos ridículas tiradas (nós com as bóias à cintura e com as bandeiras orgulhosamente esticadas para a foto, a Catarina com a bóia e com o fantástico chapéu) inclusivé com o Sapo (esse ladrão, esse chupista, a quem pago todos os meses quase 40€ de Net), de várias criaturas famosas encontradas pelo caminho (o Rui Unas, dois imberbes de uma das séries dos Morangos com Açúcar, e mais uns quantos penduricalhos que já não me lembro*), de alguns brindes arrecadados, e depois de esvaziada a bóia e arrumada na mala, lá fomos nós assistir ao concerto da Ivete Sangalo. Não sou fã da senhora, nem nada que se pareça, mas ainda mandei uns quantos saltos. Era quase impossível não o fazer, visto que estavamos cercadas por um grupo de brasileiros arrebatados emocionalmente que pulavam como se o amanhã não existisse, entoando nos pequenos espaços de tempo em que a senhora se calava, coisas como "Ivétxi, párô porqué?! eu vim aqui só pr'á txi vê". Aliás, a Tânia, foi por várias vezes, abalroada por um brasileiro que pulava pela vida dele. Só posso garantir uma coisa, os brasileiros tem uma energia que puta c'os pariu.
E o concerto da Amy Winehouse?! Uiiii...

Pois, no próximo post logo ficam a saber como foi ver aquela maluca ao vivo.
Eu avisei que isso tinha que ser por partes.
É que só o concerto daquela senhora que ostenta um ninho de ratos por cima da sua cabeça, dá pano para mangas. E as caras que a Catarina fez ao assistir ao concerto obriga a que as descrições sejam muito detalhadas. Portanto...


Continua...



*Nota: Houve muito boa gente (mas porque é que nos desencontramos no Recinto...porquê? Tudo por um Tetris...um Tetriszinho...) que quase esbarrou com o José Fidalgo...era isso acontecer-me e já valia o dinheiro do bilhete. Era esbarrar, perder os sentidos por uns segundos, levantar, cagar na Amy Winehouse e no Lenny e ir embora com um sorriso estúpido na cara.

3 comentários:

MRM disse...

EU VI O FIDALGO E ROÇEI-ME NELE!!! HAHAHHAHAHAHA

Benditos 50 aérios e a vida terrestre que me deixa apreciar daquela febra...

(ok, fui muito emotiva...)

Cátia Cabral disse...

AHHHHHHHHHHHH HOUVE ROÇA ROÇA?! AI K AI M DAR UM FANICO

filipa disse...

epah! era o q eu ia dizer...

"quase esbarrou com o José Fidalgo"?????

eu cá esfreguei-me no homem!

* nota: não é que tenha o hábito de fazer isso... mas era o zé fi... teve de ser...